sábado, 16 de julho de 2011

“Não faço amizades por conveniência.” Caio Fernando Abreu

Durante uma de minhas navegações virtuais me deparei com a frase título desta postagem.
Tão simples e tão profunda, aliás, como costumam ser as coisas simples.
Não sei se vocês estão lembrados, mas o Dia do Amigo se aproxima (20/07), trazendo mais uma data comercial para algo que é vital na vida de um ser humano: a amizade.
Sem ela, seria muito difícil reconhecer, apreender e exercitar certos valores no decorrer da nossa existência.

Como é bom saber que se está sob a tutela dos olhos de alguém que se importa com seu bem estar, com sua saúde, sua felicidade, seu humor, mostrando para nós a face mais ternamente sólida do amor!

Olho para trás e vejo que fui e sou muito agraciada com a presença e o cuidado desses anjos tortos no meu viver nesse mundo que é ainda tão carente do exercício de coisas boas de verdade.
E vou lembrando de fatos que para alguns podem parecer pequenos, mas que para mim fizeram e fazem uma diferença enorme!

Lembro de quem me abraça sem que eu precise pedir e de quem atenta quando silencio meu falar (geminiano calado é algo preocupante, concordo...).
De quem, com toda a boa vontade do mundo, me prepara um lanche quando sabe que eu estou com fome.
De quem paga meu cinema quando eu estou sem grana pra não perder a oportunidade de estar junto.
Lembro de quem me surpreendeu com uma carona na porta do hospital quando fiz uma cirurgia e me levou pra casa em segurança.
De quem me manda calar a boca quando falo muita besteira, o que é relativamente frequente, diga-se de passagem...
Das “figurinhas” que me ensinaram a conviver com gente chata e rabugenta (mas do bem) e ainda a achar graça disso.
De quem me dá bronca quando estou errada, suporta meus destemperos e me dá a chance de voltar pra pedir desculpas.
E quando atravessaram comigo “a noite negra da minha alma”? O que teria sido de mim sem o carinho e a tolerância deles?
Meu Deus, a lista é grande!

E não pensem que passei esse tempo todo só recebendo não! Também fiz e faço a minha parte com prazer! Faço abusada às vezes, não vou mentir, mas também sei que eles se abusam de vez em quando...

Já tomei conta de menino mesmo sem levar o menor jeito pra isso.
Já fui pra cabeceira da cama do hospital dar remédio por sonda, mesmo sem ter a menor ideia de como fazer.
Dei bronca graúda pra quem tem “pezinho pesado” no acelerador.
Quase morri de preocupação quando soube de acidentes e tive meu coração estrangulado de dor quando segurei nas mãos o atestado de óbito de uma delas. Ô Joana, que falta você me faz!
Já percorri TODOS os corredores do Hiper Center Casa Forte ajudando a fazer uma feira que achei que não ia acabar nunca, e quando acabou, enfrentei a fila do caixa...
Encarei promoção no shopping, pneu furado no meio da estrada e ainda tendo que ouvir do amigo expert todas as técnicas infalíveis de desenroscar parafusos, que a propósito, não adiantaram muito na ocasião.
Já cedi colo pra muito choro de fim de namoro, noivado, casamento, ficamento.
Me meti na cozinha com a minha já conhecida “habilidade”, pra preparar algo pra alguém e ele se sentisse lembrado e querido num momento difícil.
E uma das coisas que mais me deixa feliz: aprendi a enxergar os sinais do que vai na alma deles, sejam de felicidade ou tristeza. E quando isso acontece, eu tenho a oportunidade real de fazer algo, mesmo que eles não façam ideia de que isso aconteça.

Revendo mentalmente esses e outros episódios, me pergunto como eu poderia aprender (na prática) tanto sobre paciência, tolerância, cuidado, carinho, empatia, alteridade, generosidade, comprometimento e tantos outros valores, de forma tão lúdica e gostosa se não fosse o exercício de uma amizade? De que me adiantaria ter 1.500 pessoas cadastradas nas minhas páginas sociais se eu não soubesse nada e nem acrescentasse nada à vida delas nem elas à minha? Ou pior, se tudo isso fosse realizado com intenção de troca ou barganha, atendendo somente interesses e vantagens próprias, por puro proveito? Triste vida de quem assim age...
Concordo com você Caio, também não faço amizades por conveniência. Mesmo que às vezes isso tenha preço alto, vale a pena pagar!

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